quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CONTO: Uma amiga muito má - Escritor e Leitor do blog - Felipe



Marcos e Taísa namoravam há aproximadamente 2 anos e dividiam um apartamento no centro de Curitiba. Eles haviam vindo do interior do Paraná, rumo à capital, em busca de se aprimorarem nos estudos. Marcos era dançarino, e em Curitiba poderia encontrar mais espaço para divulgar sua arte, enquanto Taísa sonhava se formar em Medicina. Estavam morando há quase meio ano na capital paranaense e já estavam bem adaptados ao novo estilo de vida. Aos poucos, foram fazendo novas amizade, entre elas Bruna, uma linda garota que trabalhava junto com Taísa em uma loja de maquiagens. Os 3 se davam muito bem e Bruna sempre respeitava o espaço do casal, nunca interferindo no que não lhe era perguntado. Bruna também era uma moça simples do interior, que também estava na cidade à procura de uma vida melhor. A afinidade dos três começou a se tornar rotina, a ponto de Bruna já pousar no apartamento em que o casal morava de aluguel, nos fins de semana. Saíam na noite para comer pizza e assistiam filmes de comédia. Nos feriados, também estavam juntos, passeando pelos parques curitibanos. Enfim, Bruna já era “da casa” e se sentia totalmente à vontade no apartamento.

Era um fim de semana de muito calor. A temperatura mínima beirava os 25 graus e as máximas chegavam a quase quarenta. Era um verão escaldante. Mais uma vez, Bruna havia ido dormir na casa dos amigos. Ela se acomodava muito bem em um sofá cama, no meio da sala de estar, enquanto o casal dormia normalmente no quarto. Naquele domingo pela manhã, Taísa, a namorada de Marcos, tinha uma prova preparatória para um curso de medicina que ela pretendia fazer. Ela precisava sair cedo da manhã, enquanto isso, Marcos e Bruna permaneceriam dormindo até mais tarde. Marcos, tinha o domingo inteiro de folga, enquanto Bruna pretendia visitar uma outra amiga, ainda pela parte da manhã.
Taísa saiu cedinho de casa e deixou Marcos sozinho no quarto, sem acordá-lo. Bruna também permanecia dormindo no sofá-cama instalado na sala. Os dois estavam sozinhos em casa, por volta de 8:30 da manhã, quando Bruna acordou. Espreguiçou-se, viu que era cedo ainda, mas percebeu também que Taísa já havia saído para fazer sua prova. Então, ao saber que estava sozinha com Marcos em casa, resolveu colocar seu plano em ação....
Bruna era uma menina muito esperta e inteligente. Era doce e amável, aparentemente inofensiva. Porém no fundo, escondia uma personalidade que poucos conheciam. Se tornava extremamente agressiva e vingativa, quando não conseguia aquilo que queria, ou quando se via em uma situação que a deixava encabulada, sem saída, sem saber o que fazer. Bruna havia se apaixonado por Marcos, mas não tinha coragem de paquerar o namorado de sua melhor amiga, ainda mais sendo tão íntima do casal a ponto de passar os finais de semana com eles. Ao mesmo tempo em que morria de amores pelo jovem rapaz, de fala mansa e de imensa simpatia, não tinha coragem de dar em cima dele, sentindo pena da amiga e tendo medo de que tudo desse errado e de que Marcos a repreendesse, pois ele amava muito sua namorada. Os dois estavam sozinhos no apartamento, seria uma oportunidade perfeita para Bruna tentar seu golpe de traição, se assim quisesse. Mas, ao se ver num beco sem saída, em um “amor proibido”, resolveu dar um jeito de sumir com Marcos, pra que ninguém nunca mais tivesse notícias dele e assim, acabar com esse drama de amor que a envolvia.
Bruna tinha consigo, dentro de sua mochila, um pequeno frasco com um líquido escuro e viscoso, de alta densidade. A dosagem era de cerca de 10 mililitros apenas, porém o suficiente para os maléficos planos de Bruna. Ela pegou o líquido em sua mochila e lentamente abriu a porta do quarto do casal, tomando muito cuidado para não despertar Marcos com o ranger da porta. Ao chegar ao lado da cama, viu que ela dormia em um sono profundo, sem dar o mínimo sinal de poder acordar. Aproveitando-se disso, Bruna abriu o frasco e derramou o líquido sobre a testa de Marcos. Ao sentir a testa molhada por algo, o subconsciente do jovem fez com que o rapaz acordasse aos poucos, abrindo os olhos vagarosamente, sem entender o que estava acontecendo. Não houve tempo nem para Marcos assimilar a situação, pois o líquido já começava a fazer efeito. E, num piscar de olhos, em menos de 5 segundos, Marcos estava reduzido, encolhido, do tamanho de um inseto. O efeito da droga fez com que o rapaz alcançasse algo em torno de 5 centímetros de altura, não muito mais que isso. Ao encolher, Marcos foi parar em baixo das cobertas, que agora eram lonas gigantes escurecendo o céu que havia em cima dele. Ele se levantou assustado e não entendia o que estava acontecendo! Embaixo das cobertas, que agora eram lonas gigantes cobrindo tudo, vendo que tudo estava gigante, os travesseiros, o lençol....quando menos esperava, algo puxou a coberta para fora da cama, clareando o ambiente. Agora sim, Marcos tinha entendido o que estava acontecendo. Pois olhou para cima e viu sua querida amiga, Bruna, gigantesca, enorme, num tamanho desproporcional. Ao ver que tudo em volta também estava grande, Marcos entendeu que não era Bruna que tinha crescido e sim, ele que havia encolhido.
“ – Bruna...! O que estou fazendo aqui? E desse tamanho?  O que aconteceu comigo amiga, esse líquido em minha testa tem algo a ver com isso? Foi você quem fez isso comigo?”  - indagou o rapaz

“ – Calma, amigo, vamos conversar. Agora vamos ter tempo de colocar todas as coisas em seu devido lugar, vou lhe contar tudo tim tim por tim tim. Fui eu sim, fui eu que te encolhi. Você está sob meu poder agora, Marcos. Sou sua giganta, sua deusa, você é um mero inseto perante minha grandiosidade, portanto, acalme-se e suba na palma da minha mão para que eu possa lhe explicar tudo” – respondeu calmamente a moça, que agora era uma giganta.

Marcos estava muito assustado, porém, era inteligente o bastante para saber que não podia fazer nada naquela situação, do tamanho em que se encontrava. Subiu na palma da mão gigante que Bruna havia lhe estendido. A bela moça aproveitou para sentar-se na cama e, trazendo o corpo de Marcos para bem perto de seu rosto, começou a lhe explicar toda a sua paixão. Toda a sua angústia por amá-lo loucamente e por não ter coragem de disputá-lo com sua melhor amiga. Contou-lhe que se sentia em uma encruzilhada, onde não enxergava saída para a situação. Não podia continuar convivendo mais com ele, amando-o em segredo sem poder fazer nada. Ao mesmo tempo, não queria paquerá-lo, não se sentiria bem traindo sua amiga, sua consciência não permitiria isso.

“ – Marcos, o único jeito é dar um fim em você, sumir com você pra ninguém nunca mais te encontrar” – disse a giganta
“ – Como? Bruna, você está brincando, né? Somos amigos, grandes amigos...você se dá super bem com nós, comigo e com a Taísa, você já é praticamente da nossa família, dorme aqui todo o final de semana, sai junto com nós, enfim...é como se fosse uma irmã pra nós! Porque você está fazendo isso comigo? Como você me encolheu, onde você conseguiu aquele líquido?” – argumentava o jovem
“ – Isso não vem ao caso, meu rapazinho...é uma longa história...mas o que importa é que eu sinto que não posso mais conviver com vocês, pois te amo loucamente e ao mesmo tempo, não quero trair a Taísa...então, o jeito é dar um sumiço em você, para que ela não te veja nunca mais, nem eu...assim, não sofrerei mais...por isso te encolhi, para ter total poder sobre você...seu pobre minúsculo...”
Marcos percebia que Bruna estava proferindo suas palavras com um tom de maior voracidade, um tom de malícia misturada com malvadeza e foi ficando cada vez mais desesperado:

“ – Não Bruna, por favor, não faça nada comigo, me deixe viver, não chegue à esse ponto, não sei quais são seus planos, mas por favor, não faça nenhuma bobagem! Você é uma moça pura, uma moça bela, de bom coração, não seria capaz de fazer mal nem a uma pulga! Não faça nenhuma besteira, eu lhe suplico” – desesperava-se Marcos
“ – Hahahaha...meu amor por você me transformou bastante, meu pequeno encolhido...não importa o que eu era antes, o que importa é que agora você está encolhido, na palma da minha mão...sou uma giganta pra você, posso eliminar você com uma simples pressão de meus dedos, posso te engolir, posso te jogar pela janela, posso lhe colocar privada à baixo, fazer muitas coisas...mas primeiro quero brincar um pouquinho com você...seu insetinho....hahahaha” – ria, em um tom cada vez mais maléfico a jovem giganta.
Chegando nesse ponto da história, caros leitores, percebi que não dei muitas descrições físicas da nossa deusa. Desculpem-me pelo erro, mas imaginem ela com lindos cabelos loiros, lisos e um pouco oleosos, cortados até os ombros, vestida com uma blusinha branca e roxa de pijama e um short das mesmas cores, combinando um pequeno conjuntinho...nos pés, calçava uma sandália prateada, de sola bem baixa e já bastante gasta, apenas evitando o contato direto do solado com o chão. Um sorriso metálico, marcado por um aparelho ortodôntico colorido, com borrachinhas vermelhas. Olhos verdes, cintilantes e pele branca, bem branca, que no verão ficava corada e vermelha, devido à força do sol. Pronto, acho que agora já podemos prosseguir com nossa história, né?
Bom, voltando à história, após Bruna ter deixado bem claro para Marcos que, ela estava muito a fim de “brincar” um pouquinho com ele, ela então dirigiu-se à cozinha do apartamento. Marcos estava fechado entre sua gigante mão direita e tentava argumentar sempre dizendo: “não Bruna, pare com isso, por favor não me machuque, não faça nada comigo, nããããão...”...mas a jovem nem ouvia e seguia sua marcha em rumo à outra parte da casa.

Chegando na cozinha, Bruna retirou um copo de vidro do armário e jogou seu homenzinho dentro do copo vazio, para que ele não pudesse escapar. Deixou o copo com a boca virada pra cima para que pudesse haver circulação de ar e sua vítima respirasse tranquilamente. O corpo de Marcos caiu e bateu com velocidade contra o fundo do copo, causando-lhe um pouco de dor nas costelas.

“ – Fiquei aí, meu homenzinho....já já eu decido o que fazer com você primeiro.” – disse Bruna
A essa altura, Marcos já nem conseguia dizer mais nada, tamanho era seu desespero. Ele não podia acreditar que isso estava acontecendo com ele. Que, em seu próprio apartamento, convivendo com ele em quase todos os finais de semana estava uma giganta assassina, a responsável por sua provável morte precoce. Uma moça descontrolada que havia conseguido não sei aonde uma maneira de o fazer encolher, para dar um fim com mais facilidade à sua vida.

“ – Socorro, socorro, alguém me ouça e me tire daqui” – gritava chorando o pobre encolhido, pensando que talvez algum vizinho pudesse ouvi-lo

“ – Não adianta gritar, rapazinho! Ninguém vai lhe ouvir, sua voz está muito fraquinha, você está com 5 cm de altura! Além do mais, estamos sozinhos aqui no AP, só eu e você...sua Taísa saiu, foi fazer aquela prova pro curso de medicina, lembra? Acho que ela não volta tão cedo...e sobre meu compromisso com minha outra amiga, nem vou mais...prefiro ficar aqui com você, aproveitando cada segundo da sua pequenez e insignificância....hahahaha” – bravava com muita maldade a bela loira

Bruna abriu a geladeira e pensou mil maneiras de preparar algo que envolvesse também o corpo do seu amado encolhido. Fazia muito calor naquela manhã, apesar de serem apenas 9 horas, a sensação térmica já era de um horário muito próximo ao meio dia, um abafamento muito grande.

“ - Estou com sede....o que será que posso tomar....hein, encolhidinho? Do que você gosta? Hahahaha...” – zombava com ironia a gigante. Marcos, naquela momento, só conseguia chorar e soluçar, tamanho seu desespero.

“ – Já sei! Vou fazer um Milk shake! Gelado e delicioso...com bastante espuma....bem cremoso...e com um ingrediente especial: você, Marcos! Hehehehe” – gargalhava Bruna

A jovem então retirou um pote de sorvete de morango que havia no freezer do refrigerador, pegou também um litro de leite e um pouco de água. Colocou tudo no liquidificador, com algumas pedras de gelo, para que elas triturassem junto da mistura e dessem maior frescor à bebida. Marcos pensava que faria parte da mistura, que seria mais um ingrediente a ser adicionado ao liquidificador. Ficou parcialmente aliviado quando viu Bruna ligar a máquina somente com os outros ingredientes, percebendo que não seria dessa vez que ele seria triturado pelas lâminas afiadas da hélice que girava dentro da enorme jarra.

A mistura bateu e se fundiu em cerca 2 minutos. Bruna havia deixado os ingredientes baterem bem para que a bebida ficasse bem cremosa, do jeito que ela realmente queria. Após isso, despejou tudo em um enorme copo de vidro, de mais ou menos 500 ml de capacidade.

“Agora sim, você vai fazer parte do meu Milk Shake, Marcos...você vai tomar um banhinho gelado, hehehe” – dizia a gigante, enquanto aproximava sua mão do copo e, com apenas dois dedinhos, pegava o corpinho minúsculo do rapaz, que já estava totalmente entregue, sentindo que seria inútil argumentar ou tentar fazer algo contrário aos desejos da deusa.

Bruna colocou delicadamente o corpo de Marcos dentro da mistura. O jovem caiu, sentiu a temperatura baixa da bebida gelar sua espinha. Era uma mistura bastante homogênea, pois havia sido bem liquidificada. Uma piscina de Milk Shake cremoso, onde Marcos nadava, batendo suas mãos com força para não se afogar no copo.

Nisso, Bruna abriu outra porta do armário e procurou algo que sabia que Taísa e Marcos tinham: canudinhos. Seguidamente os 3 faziam Milk-shakes e outras bebidas, tomando-as sempre com grossos canudos coloridos, iguais à esses que adquirimos nos restaurantes fast-food.

“ – Isso vai ser bastante divertido, não acha?” – ironizava a gigante, olhando para Marcos, enquanto colocava o canudinho lentamente no copo. Marcos, olhando para cima, viu a visão do canudo gigante se aproximando e se posicionando bem em sua frente, dentro da piscina de Milk Shake.

“ – Agora vou te tomar Marcos, eu vou te engolir...olhe pra minha boca...essa minha boca gigante...já que eu não posso te beijar, então vou lhe engolir, lhe comer, com minha boca enooooorme...te lamber com minha língua, te degustar, até que você desça definitivamente pela minha garganta, hahahaha...” – dizia a gigante, rindo, enquanto aproximava sua linda boca carnuda de uma das pontas do canudinho.

Marcos fechou seus olhos para não ver a cena, enquanto só tinha forças para soltar um brado: “ - Nãããããããããããããããããããooooooooo....” – enquanto a gigante sugava o Milk Shake vagarosamente. A boca de Bruna chupava o canudinho com certa sensualidade, deixando Marcos até excitado, com o pênis ereto. Bruna chupava, lambia, sugava, fazia gestos sensuais com o canudinho, enquanto o líquido ia abaixando, ia esvaziando. Marcos lutava contra uma espécie de “correnteza”, para não ser sugado pelo enorme tubo. Enquanto o líquido passava com leveza e facilidade, Marcos se debatida contra a ponta. Ele estava pequeno, 5 cm, mas ainda assim, não tanto a ponto de entrar no canudinho. Por mais que Bruna sugasse com força, a cabeça de Marcos sempre emperrava na ponta do canudo, fazendo com que ela não transpassasse o tubo e não pudesse ser levado até a boca da cruel giganta.

Bruna secou o copo de Milk Shake, tomando toda a bebida, sem conseguir sugar sua cobaia. Percebendo o insucesso do plano, disse:

“ – Teve sorte dessa vez, hein meu encolhido? É uma pena que não consegui te tomar, mas ao menos matei minha sede com essa delicioso Milk-shake...seria melhor com você junto, se pudesse sentir seu gostinho na minha boca...eu até poderia lhe engolir agora, simplesmente largar você goela abaixo, mas não teria graça...não quero comer você “puro”, quero te colocar junto com alguma coisa...hmmm...o que posso fazer agora...já sei! Ainda não tomei café da manhã...e agora que matei minha sede, só falta matar a fome...fiquei aí quietinho no fundo do copo, enquanto eu preparo algo pra mim...ou melhor...pra nós....hahahahaha” – bradava mais uma vez seu discurso maldoso, a jovem Bruna, linda gigante que torturava impiedosamente o encolhido Marcos.

Enquanto Marcos lambia os restos dos pingos da bebida que haviam ficado no copo (aproveitou para fazer isso, pois sabia que seria sua última chance de beber Milk Shake na vida), Bruna pegava no armário, o cesto de pães. Na geladeira, pegou presunto, queijo, maionese, alface e tomate. Estava com desejo de comer um delicioso sanduíche. Bruna abriu o pão francês ao meio, cortando suavemente com uma faca de poucos dentes, para que o corte do pão ficasse uniforme, com os dois lados iguais. Após isso, com a mesma faca, espalhou um pouco de maionese sobre o miolo, para deixar o pão bem molhadinho. Colocou então uma fatia de presunto sob um dos lados do pão, acomodando-a bem, sem deixar nenhuma pontinha de fora.

“ – Agora chegou sua vez novamenteee....vem aquiiiii” – dizia Bruna, em um tom musical, meio que cantando, enquanto colocava sua gigante mão dentro do copo e pegava Marcos. Este, já nem lutava mais contra nada, aceitando sua sina de ser morto de alguma maneira pela sua amiga gigante.

Bruna pegou o corpinho de Marcos e o deitou carinhosamente sobre a fatia de presunto, como uma mãe que coloca o filho pequeno no berço para ninar.

“ - Tá confortável assim, meu homenzinho? Estou fazendo um sanduíche pra gente e quero que você se sinta bem, aí dentro do pão, ta? Vou colocar agora o cobertor em você, porque imagino que você deva estar com frio, afinal, tinha bastante gelo na sua piscina antes, né? Hahahahaha” – gargalhava novamente Bruna, sempre com grandes tons de ironia em seus discursos malévolos.

O cobertor ao qual Bruna se referia era uma linda fatia de queijo mussarela. Marcos sentiu aquele queijo enorme fazendo sombra sobre seu corpo, até cobri-lo quase por inteiro. Bruna acomodou a fatia de queijo até o pescoço da sua vítima, de forma que ela ainda o pudesse enxergar dentro do pão. Por último, colocou um pouco de alface picado por cima do queijo, e uma rodela de tomate, cortada de modo bem fino, apenas para dar um temperinho ao sanduíche.

“ – Agora vai ficar um pouquinho escuro pra você, tá Marcos? Vou fechar o sanduíche pois estou morrreeeeeendo de foome, hahaha” – salientava a gigante.

Bruna fechou o pão com o outro lado que não havia sido recheado. Deu uma pressionada em cima do mesmo com as duas mãos, para que os ingredientes ficassem bem prensados lá dentro, inclusive o corpinho de Marcos. Ele sentiu a pressão das mãos da gigante, que chegaram a lhe quebrar alguns ossos da perna. Marcos gritou de dor, mas o grito foi abafado pela grossura dos ingredientes em cima dele.

A giganta abriu sua enorme boca e comia o sanduíche vagarosamente em mordidas enormes, que arrancavam pedaços grandes do pão recheado. Marcos ouvia o barulho dos dentes de Bruna, mastigando, triturando o alface, o tomate, um pouco do queijo. Sabia que logo logo seria sua hora, logo ela o abocanharia também, era inevitável. Porém Bruna queria torturá-lo, não queria simplesmente comê-lo de uma hora para outra. Por isso, ela mordiscava apenas o pão em sua volta. Quando restou somente Marcos, e um pouco de queijo e presunto envolvendo o seu corpo, Bruna comia com cuidado, delicadamente, apenas arrancando pedacinhos e pão e pontinhas dos demais alimentos, deixando o corpinho de Marcos ainda intacto. Marcos sentia um frio na barriga enorme, pois sabia que há qualquer momento poderia ser devorado. Mas quando sentiu Bruna apenas “brincando” com o resto do sanduíche, percebeu que ainda não havia chegado sua hora. Para ele, o quanto antes morresse, melhor, não gostava nem um pouco dessa tortura. Já que não tinha mais volta, que o matasse então logo, que o comesse logo, para que ele sofresse um pouco menos. Mas ele sabia que a giganta adorava brincar e queria desesperá-lo o máximo possível antes de dar o golpe final.


Restando somente Marcos em sua mão, Bruna o lambeu com sua enorme língua. Aquele emaranhado de saliva limpou o pouco de maionese e os farelos de queijo que estavam grudados sob o rosto e o peitoral de Marcos, que estava sem camisa, apenas de cueca, pois assim ele dormia quando encolheu na cama. Após provar o gosto de sua vítima através das lambidas, Bruna ouviu seu celular tocando. Pensou em não atendê-lo, nada poderia atrapalhá-la naquele momento, porém, as chamadas eram incessantes e ela pensou que pudesse ser algo importante.

“ – Fica aí que eu vou atender e já te pego de novo” – disse Bruna, ao jogar Marcos novamente para dentro do copo de vidro, sua primeira morada antes do Milk Shake.

O telefonema era de Taísa, namorada de Marcos. Ela havia ligado para avisar que voltaria mais cedo, pois já havia terminado a prova do curso. Que dentro de 15 minutos já estaria em casa e que era para passar esse recado à Marcos. Ao telefone, Bruna mentiu dizendo que o jovem ainda estava dormindo e que não tinha coragem de acordá-lo. Bruna disse também, que já estava saindo, que só esperaria Taísa chegar para poder ir visitar sua outra amiga. Bruna argumentou tudo com muita pressa, pois sabia que se Taísa estava vindo, ela teria que terminar seu plano logo, antes que a namorada de Marcos chegasse.

“ Seu amorzinho está vindo, sabia...ela ligou pra avisar que vai chegar em 15 minutos...pena que ela não vai mais te ver e nem você vai poder ver ela, seu insetinho....hahahaha....” – bradava Bruna

“ – Não Bruna...por favor, não faça mais nada comigo...eu lhe suplico por tudo o que há de mais sagrado, me poupe, deixe-me viver! Deixe-me aqui nesse copo se quiser...mas vá embora...vá embora, aplique esse seu plano em outra pessoa, mas não destrua minha vida, não faça isso comigo, nem com a Taísa...pense no quanto ela sofrerá ao nunca mais me encontrar...por favor, vá embora, você já fez tudo o que queria, quase me sugou, quase me comeu, já brincou o suficiente, fez Milk Shake, sanduíche...agora vá, eu lhe imploro!!!” – tentava Marcos desesperadamente salvar sua vida, num último estalo das poucas forças que lhe sobraram após as torturas que lhe foram impostas...

Bruna nem deu ouvidos e virou o copo de vidro sobre a pia. Marcos caiu dele, com seu corpo acabado, molhado e parcialmente fraturado pela pressão do sanduíche. Bruna o pegou entre os dedos e o levou bem em frente à sua face e disse, em um ultimato:

“ – Se você não pode ser meu, então, não será de ninguém”.

Nisso, largou o corpo do jovem encolhido no chão. Marcos, enfraquecido, caiu para trás, ficando deitado bem em frente aos pés de Bruna. Sua enorme sandália prateada subiu sobre ele em sequência foi descendo, descendo, descendo cada vez mais em sua direção. O cheiro do solado sujo foi hipnotizando Marcos, que quase desmaiava.


  - Adeus, meu amor" - foram as últimas palavras de Bruna, ouvidas pelo jovem encolhido. Ao dizer isso, pressionou
seu pé gigante com força sobre o corpo do rapaz. Os ossinhos do jovem quebravam um por um até que embaixo do pé só restou um bagaço de corpo humano esmagado, cheio de sangue e totalmente sem vida. 

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